segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

MÉTODO CLÍNICO PIAGET

A educação escolar nos é apresentada como o ancoradouro das possibilidades de desenvolvimento pessoal e equilíbrio social, bem como berço da prática de socialização dos saberes legítimos acumulados pela cultura. Constituída assim, poderia neutralizar as diferenças sociais, porém, acaba por não conseguir neutralizar estas diferenças, nem difundir a cultura e o conhecimento como realmente poderia fazê-los.
As razões destas dificuldades são muitas: são históricas, econômicas, culturais e algumas vezes, individuais.
Acredita-se que o desenvolvimento intelectual e social das crianças seja favorecido com o desenvolvimento da ciência como forma de racionalidade, implementando novas possibilidades de realizar, nos espaços escolares, as utopias educacionais buscadas insistentemente como forma de melhorar a nossa organização social.
Espera-se que a escola, em sua organização didática, valorize o desenvolvimento das suas crianças, conduzindo-as à reflexão em torno do conhecimento científico. Conhecer o mundo e suas relações é atributo do pensamento hipotético–dedutivo, característica necessária à ciência.
Autonomia na aprendizagem é um ideal utópico, que se concretizará na emancipação do pensamento do indivíduo, se ficar livre da escola ‘tarefeira’, reprodutiva e excludente.
O ser humano é um ser que pensa, cria, aprende, investiga, constrói, destrói e reconstrói os objetos, em seu tempo, seu espaço e seu contexto. Sendo assim, o que acontece com ele quando a escola diz que ele não está aprendendo?
A Epistemologia, enquanto compreensão da origem do conhecimento humano deveria ser o interesse mais presente na práxis do professor. O seu fazer pedagógico é uma proposta relacionada ao conhecimento. Como esta criança aprende? Esta pergunta deveria permear a sua prática. Sabemos que, conscientemente ou não, o professor sempre agirá de acordo com alguma epistemologia. E admite-se, sim, que muitos indivíduos aprendem. Porém outros aprendem menos ou muito devagar.
A contribuição de Jean Piaget que, ao longo de 109 anos, mudou a psicologia e a educação com suas pesquisas e idéias sobre a gênese do conhecimento humano.
Com seu gênio criativo, situa-se como o mais importante teórico sobre a cognição presente no Século XX, com possibilidades de permanecer em debates, estudos e pesquisas também no Século XXI.
Com uma teoria para ser avançada, coloca-se em destaque entre os teóricos que mais se inquietaram diante da origem da inteligência humana; e que, mais respostas deixou, partindo de investigações científicas amplamente testadas e corroboradas em variados laboratórios de pesquisas epistemológicas da Europa e das Américas.
A questão que anima a investigação sobre estudos de Jean Piaget é justificada pela extensa obra legada à humanidade sobre a gênese do conhecimento humano.
Este estudo não tratará de todos os aspectos da teoria psicogenética; apenas sobre alguns pontos básicos da sua teoria, sem a mínima pretensão ou possibilidade de esgotá-los em forma de discussão teórica.
Serão feitas algumas reflexões sobre a possibilidade do Método Clínico ser considerado como instrumento útil de análise e investigação do pensamento da criança na avaliação psicopedagógica dos problemas de aprendizagem.
A partir daí, o Psicopedagogo terá referências teóricas científicas para inferir sobre o potencial cognitivo da criança ou adolescente. Afinal, se a criança é um ser que aprende, o que há com ele quando não aprende?
Com um suporte teórico abrangente, com pesquisas e estudos contínuos, de psicólogos e educadores, a Epistemologia Genética firma-se como ponto de partida para compreender a complexidade da aprendência humana, estudando o indivíduo ativo, reflexivo, criativo. Mas que muitas vezes não aprende o que lhe é ensinado na escola.

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