sábado, 8 de dezembro de 2018

O olhar do professor



O olhar do professor.
Ser professor implica desenvolver habilidades necessárias para que possa melhorar seu desempenho a partir da qualidade pedagógica desenvolvida.
Observação é uma ferramenta que pode sem dúvidas trazer uma nova forma de desempenhar o seu papel. Olhar sobre o seu espaço pedagógico, conhecer o território, de onde vem os seus alunos, quais os anseios dos seus familiares, podem passar pelo olhar do professor sem necessariamente haver um retorno formal dos atores sociais.
O professor precisa ter clareza sobre o que vai observar e por que irá observar. Desta forma, a observação adquire função pedagógica, tornando-se uma essencial ferramenta de trabalho do educador. 
Após a decisão dos pontos-chave a serem observados, o professor se orienta ao que faz parte do seu dia a dia em sala de aula, como: alunos, organização escolar, conteúdos desenvolvidos e relações que estão presentes em todo o seu trabalho.
Segundo Madalena Freire,
Os pontos de observação em cada foco apóiam a construção do aprendizado do olhar – olhar a dinâmica do encontro, dinâmica que não significa criar atividade de sensibilização, dinâmica que aqui é entendida como o jeito, o ritmo que o grupo viveu a construção das interações na aula, acelerado, arrastado, em desarmonia, em harmonia, etc. Dinâmica que envolve observar o grupo juntamente com a coordenação.
A cartografia é um conceito que poderá ser implementado pelos educadores e gestores educacionais para que possam aprimorar o olhar mais profissionalmente sobre a ação pedagógica.
Mapear, planejar, traçar os caminhos para atingir os objetivos pedagógicos através da atenção flutuante e seletiva que delimita o olhar do professor para o que ele realmente anseia.
“Cada janela cria um mundo e cada uma exclui momentaneamente as outras, embora outros mundos continuem co-presentes. Cada visada através de uma janela dá lugar, em sua escala, aos diversos gestos atencionais, possibilitando também mudanças de nível.”

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Estágio curricular.




A primeira semana de estágio iniciou com muitas preocupações da minha parte em relação ao meu projeto, pois tinha muitas ideias, mas não sabia como enxugar para que coubesse tudo nas 8 semanas de estágio.
Para esta primeira semana, necessitei encaixar o planejamento com a proposta que já havia na escola, já que sou a professora titular da turma a minha “vida profissional” segue normalmente como se não houvesse o estágio.
Com o projeto idealizado, fiz os apontamentos iniciais e levei para a avaliação da minha supervisora escolar para que ela me acompanhasse nesse tempo e compreendesse melhor a proposta do estágio.
Saí da reunião com ela mais aliviada e certa da escolha feita, assim pude estar mais segura para apresentar o projeto para meu orientador, professor Paulo Albuquerque.
Na sala de aula não precisei me preocupar com as questões de apresentação e de integração com os alunos, por isso, foi tranquilo o início do projeto e tentei traçar com os alunos o que eles entendiam por: COMUNICAÇAO.
Fiz um levantamento de como eles achavam que as pessoas se comunicavam nos tempos mais distantes e como as pessoas se comunicam hoje.
Surgiram questões muito significativas sobre esse pensamento e abordarem que comunicação é o que se fala com a voz, precisa da boca, língua garganta, mas que também tem gente que não fala com a voz mas fala com as mãos ( libras), ou com o corpo como na dança.

domingo, 28 de outubro de 2018

Cultura da Convergência


Pensando na ideia apostada no texto Cultura da Convergência, no meu estágio venho a apresentar o tema "Da caverna ao Youtube: uma viagem pelo mundo da comunicação." Nesta perspectiva pretendo junto com os alunos de modo interdisciplinar, compreender os processos de comunicação através da ludicidade, possibilitando aos alunos vivenciar  a cidadania digital.
O conceito apresentado por Henry Jenkins sobre os três fenômenos, o  de convergência dos meios de comunicação, cultura participativa, e inteligência coletiva será pensado na minha prática através de ações colaborativas entre as disciplinas e também nas ações reflexivas pelos alunos, professores e familiares.
As crianças da geração em que faço estágio, possuem em média de sete anos, nasceram no ápice da cultura digital e não possuem a menos compreensão de como se vive em uma sociedade desconectada.
Assim podemos avaliar que urge a necessidade de um trabalho interdisciplinar, que se desprenda das caixas que formatam o conhecimento. 

domingo, 14 de outubro de 2018



“A educação é um processo de vida, não uma preparação para a vida presente, tão real e vital para o aluno como o que ele vive em casa, bairro ou nos pátios.”
(Dewey)

Para iniciar o projeto realizei uma sondagem com os alunos a respeito do que sabiam do tema do projeto.
Os mesmos quando questionados sobre o que é a comunicação os quando começou a comunicação disseram:

  • "AS PESSOAS NÃO SE COMUNICAVAM SEMPRE DA MESMO FORMA FOI EVOLUINDO/
  • FOI MELHORANDO A TÉCNICA.
  • NO INICIO OS HOMENS DAS CAVERNAS DESENHAVAM PARA SE COMUNICAR E FALAR SOBRE OS PARENTES, AS GUERRAS, AS COMIDAS, OS DINOSSAUROS, AS CASSADAS, AS LANÇAS, AS AVENTURAS,
  • OS DINOSSAUROS TAMBÉM TINHAM UMA FORMA DE SE COMUNICAR COM SONS
  • TEM A VER DINOSSAUROS COM A BÍBLIA
  • A BÍBLIA COMEÇA CONTANDO SOBRE A VIDA DE JESUS
  • JESUS, DINOSSAUROS, HOMENS DAS CAVERNAS, ADÃO E EVA, ÍNDIOS, 
  • NO COMEÇO TINHA NADA
  • E OUTROS ACHAM QUE TINHA MÃE DE JESUS
  • PRA SE COMUNICAR E PRECISO CORPO, PESCOÇO, MÃO PARA ESCREVER, DENTES PARA FALAR MELHOR , A LÍNGUA E OS LÁBIOS, OS OLHOS PARA ENXERGAR, OUVIDOS PARA OUVIR."

Segundo HERNANDEZ, ( 1998, P.72)

"Depois da escolha do tema, cada estudante realiza um índice no qual especifica os aspectos que vai trabalhar no seu Projeto (com os menores, se realiza coletivamente).

Isso lhe permite antecipar qual possa ser o desenvolvimento do Projeto lhe ajuda a planejar o tempo e as atividades e assumir o sentido de globalidade do Projeto. O índice tem, além disso, o valor de ser um instrumento de avaliação e de motivação iniciais já que estabelece as previsões sobre os diferentes aspectos do Projeto e prevê o envolvimento dos membros do grupo. Dessa forma, constitui um procedimento de trabalho que permite, em sua generalização, aplica-se a outros temas e informações."

Observamos assim que quando pensamos um projeto o professor precisa avaliar que o conhecimento não cabe mais em si mesmo mas ele faz parte do que lhe rodeia ele está em seus alunos, na bagagem que os mesmos trazem para a sala de aula.
A professora tem um olhar sobre o mundo e a sociedade, se ela troca os saberes, se ela oportuniza momentos de escuta com seus educandos ela terá 25 novas formas de ver o mundo, saberes diversos sobre um mesmo assunto.


Tema do Estágio


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PROJETO DE ESTUDOS:
Da caverna ao Youtube: uma viagem pelo mundo da comunicação.

A turma do 1º ano C com a curiosidade característica da sua faixa etária traz em suas falas comentários a respeito dos ídolos da comunicação da internet. Assim através de conversas com turma, refletiram sobre como se dava a comunicação antes dos Youtubers. A partir desta conversa as crianças começaram a criar hipóteses da origem das formas de comunicação, através dos desenhos nas cavernas, os sons que os dinossauros emitem,  a escrita egípcia, entre outros elementos trazidos por eles.
Neste projeto pretendemos envolver nesta viagem história sobre os meios de comunicação, envolver os alunos e seus familiares para que possam juntos refletir acerca da influência dos meios de comunicação no cotidiano dos familiares e das crianças da faixa etária em questão.
Se possível ou necessário, mostrar COMO. Ampliando o sentido de que a EDUCAÇÃO não acontece só na escola. Mas que os valores familiares são indispensáveis para a formação dessas crianças. Assim como destacamos nos projetos anteriores, reafirmamos neste.
Ludicidade, criatividade e cidadania precisam estar presentes no cotidiano das crianças, por isso as metodologias dos projetos devem estar permeadas de ações dessa natureza. Neste, as ações lúdicas, artística e de cidadania estão envolvendo os eixos de conhecimento e transversais, compondo a nossa proposta. Consideramos inacabada por ainda haver as possibilidades que serão trazidas pelas crianças e suas famílias, as quais serão incluídas durante o processo de elaboração.
As crianças têm na comunicação quer seja verbal ou não verbal uma forma de relacionar-se com seus pares de modo lúdico; crianças brincam utilizando objetos assim como podem brincar com o uso da palavra; sendo comunicadoras de um mundo interior e trazendo à tona suas subjetividades. Segundo Lynn Alves,
“Dentro desta perspectiva, podemos inferir que os jogos são tecnologias intelectuais, compreendidas por Lévy (1993, 1998) como elementos que reorganizam e modificam a ecologia cognitiva dos indivíduos, o que promove a construção ou reorganização de funções cognitivas, como a memória, a atenção, a criatividade, a imaginação, e contribui para determinar o modo de percepção e intelecção pelo qual o sujeito conhece o objeto. No dizer, desse autor, essa ecologia é formada por um coletivo pensante de homens-coisas, com singularidades atuantes e subjetividades mutantes.”
Observa-se que as crianças da nossa sociedade atual brincam e se comunicam utilizando como espelhos modelos que visualizam nas redes sociais e em especial nos canais de youtube fazendo uma releitura do mundo atual, das vivências familiares e da significância que a tecnologia tem para esta geração.

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Competências da escola atual




" Ninguém sustenta que todo o saber deve ser aprendido na escola. Uma boa parte dos saberes humanos são adquiridos por outras vias..." Philippe Perrenoud

Trabalho em uma realidade em que as crianças possuem um bom poder aquisitivo e assim acesso a outras fontes de cultura, que não se atém somente a escola.
O que percebo nas discussões do cotidiano é que as crianças precisam aprender a se ouvir e a respeitar a opinião alheia e que nas divergências podemos constituir um posicionamento de respeito sem deixar de lado as suas convicções.
As competências e habilidades que são desenvolvidas na escolas deveriam ser para além do uso da realização de exercícios do cumprimento de conteúdos, para além do que os programas exigem, e sim deveriam preparar estes sujeitos para serem desde pequenos enfrentarem criticamente os mais simples desafios do dia a dia.






quarta-feira, 10 de outubro de 2018




A realização do estágio supervisionado é um momento significativo e ímpar na vida de qualquer estudante.
Percebemos ao longo de todo o curso que as interdisciplinas, trabalhos, vivências se encaminhavam para a preparação desta etapa.
O espaço escolar local onde realizamos nosso estágio tem sido por mim revisitado com um novo olhar.Quem educa traz consigo a esperança de fazer com que seu trabalho ressign
ifique seus alunos e , neste caso posso dizer que tenho transformado o meu olhar pedagógico. Segundo Rubem Alves,


"Vemos para fora e vemos para dentro. Fora vemos apenas o que de efêmero se vai oferecendo ao horizonte dos nossos olhos. Dentro, tendemos a ver o que não existe , frequentemente, o que desejaríamos que existisse..."

Leciono já há muitos anos , mas ter um olhar crítico sobre o teu trabalho é um exercício profissional que estamos desenvolvendo neste processo. Além da rotina da escola temos a demanda da supervisão de estágio que vem para agregar através de um olhar mais afinado.
Que venham as próximas semanas.

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Plano de ação da FIC




Plano de ação


Nome da pesquisa:
Alunos que participam desta pesquisa:
Grupo 1: Do que brincam as crianças do nosso bairro?
Maria Clara, Emanuel, Sophia, Djúlia, Daniel, Adriano, Matheus,
Grupo 2: Espaços de lazer e de brincadeiras no bairro Vila Diehl.
Eduardo, Braian, Maria Luisa, Zaqueu, Matheus, Taylor, Luiz Augusto, Luis Guilherme.
Grupo 3:
Ser youtuber é legal, ou não?
Kauã, Júlia, Elieser, Bruno, Gustavo, Melissa, Yasmin, Igor.

Data
Ação
Local
Grupo
19/06
Delimitar os temas da pesquisa com os alunos e sistematizar  nos grupos as possíveis perguntas de questionários.
Sala de aula
todos
Os grupos brincam enquanto não estão com a professora ou fazem atividade do livro.
20/06
Organização dos cadernos de campo.
Digitar as perguntas dos questionários.
Sala de aula
todos
22/06
Entrevistas sobre youtubers
Recreio
Grupo 3
22/06
Enviar as entrevistas para as famílias fazerem com mais 3 famílias.
vizinhos dos alunos
Grupo 1
25/06
Registro de imagens dos locais de lazer do bairro Diehl
ruas do bairro
Grupo 2





































Pesquisa sobre a influância dos Youtubers.

Os alunos do primeiro ano são uma geração que nasceu em meio ao crescimento tecnológico e possuem desde a tenra idade uma relação muito próxima às redes sociais, meio este já de domínio ou pleno conhecimento por parte dos estudantes desta faixa etária.
Ao longo destas semanas de aula percebemos que o uso das redes sociais e em especial, do canal youtube tem sido marcante na vida de alguns alunos que reproduzem de modo literal o que aprendem nestes canais e tem os chamados “youtubers” como seus ídolos.
Queremos ao longo desta pesquisa conhecer os principais Youtubers seguidos pelos alunos e se estes influenciam positiva ou negativamente na vida deles e se  auxiliam ou prejudicam o desenvolvimento dos alunos.
Avaliaremos também os cuidados que os pais devem ter ao deixar os filhos em contato com os canais.
Os alunos serão organizados em grupos e terão um diário de campo para fazerem a organização dos saberes.
Vão conhecer os principais Youtubers destacando os temas que abordam, assim como avaliarem se estão de acordo com a faixa etária.

Contaremos com a participação das famílias para descobrirmos através de pesquisas e palestras que tipo de canais de youtube os alunos estão acessando livremente.


Feira de Iniciação Científica


Este tema faz parte do meio infantil e permeia a constituição das crianças a partir destas vivências subjetivas.
O momento da brincadeira é uma oportunidade de desenvolvimento para as crianças que através do brincar aprendem e experimentam o mundo. O brincar organiza o pensamento, as emoções, e as habilidades necessárias para se tornarem adultos plenos.
Neste sentido as crianças tanto na escola como fora, estabelecem relações e experiências quando brincam, tanto com o uso de objetos quanto só utilizando a imaginação.
Ao pensar sobre se as crianças do bairro brincam da mesma forma que as da escola, os alunos do primeiro ano irão refletir e ampliar suas conexões lúdicas para além dos muros da escola.
O problema aqui apresentado é o seguinte: "As crianças que moram no nosso bairro brincam?" que surge a partir das vivências brincantes dos alunos na pracinha próxima à escola.
Visamos neste sentido, perceber a relação entre infância e o brincar para além dos muros da escola, pelos arredores do bairro, a identificação das brincadeiras realizadas pelas crianças moradoras do bairro e a integração entre alunos e crianças do bairro, a partir de objetos lúdicos
Tentaremos promover situações de brincar na escola entre diferentes idades e a compreensão da importância do brincar para a infância.
Para realizar este projeto, os alunos serão organizados em grupos e terão um diário de campo para fazerem a organização dos saberes.
Realizaremos entrevistas com alunos da escola e crianças moradoras do bairro.
Contaremos com a participação das famílias para descobrirmos através de pesquisas as brincadeiras vivenciadas no bairro.
Colocaremos no mapa do bairro o que as crianças mais gostam de brincar nas principais ruas do bairro.
Enviaremos sacolas com brinquedos que circularão por algumas casas do bairro para que as crianças de diferentes locais brinquem.




Conhecendo os Mistérios do Céu



Trabalhar em duas escolas é um grande desafio mas não abro mão de desenvolver projeto em ambas. Em uma das escolas o projeto que atualmente está sendo desenvolvido se chama Os mistérios do Céu, que surgiu a partir de um dia em que uma grande tempestade iniciou em nossa cidade e faltou luz na escola. 
Os alunos fizeram muitos questionamentos sobre o ocorrido e percebemos assim uma oportunidade de desenvolvermos um projeto de estudos.
O papel da escola não é apenas “transmitir conteúdos”, mas sim “ensinar a aprender”. Ensinar a aprender é criar possibilidades; não é apenas mostrar o caminho, mas orientar para que o aluno desenvolva um olhar crítico e sua autonomia.
De acordo com Pedro Demo (2001), em seu artigo Professor/Conhecimento, “a aprendizagem adequada é aquela efetivada dentro do processo de pesquisa do professor, no qual ambos – professor e aluno – aprendem, pensam e aprendem a aprender”.
Dessa forma, o trabalho de pesquisa não possuirá valor algum se for uma simples cópia. Ele deve, sim, ser fonte para a “reconstrução de conhecimento” e o resultado da pesquisa deverá ser produto da sua interpretação das diferentes fontes obtidas.

quinta-feira, 31 de maio de 2018

Reflexões sobre o fazer pedagógico na escola a partir de suposições explicitadas em cenas do cotidiano escolar.




Fomos colocadas na interdisciplinar de Seminário diante de situações problema as quais necessitávamos olhar, como em forma de uma cena recorrente de uma escola algumas situações.
Em um primeiro momento a primeira impressão do trabalho se deu com as ações dos professores nestas cenas o que de certa forma me fez pensar sobre o lugar que eu ocupo enquanto professora e o quanto alguns recortes que fazemos ou que fazem de nós mesmos revelam muito das nossas crenças e linhas pedagógicas assumidas ao longo dos anos.
Antes de falar sobre os relatos propostos penso ser pertinente pensar o quanto muitos de nós ainda estamos vivenciando experiências da idade média, época em que se inicia a proposta de institucionalizar a educação.
O texto Maquinaria escolar nos traz uma ideia muito rica do que se entendia sobre educação e para quem esta se destinava.
A escola primária enquanto forma de socialização privilegiada era o lugar de passagem de crianças a partir do século XVI, época esta em que a visão de infância se modifica, visto o que inúmeros artistas registram em seus quadros, retratando as crianças sob outra perspectiva.
Este movimento inicia na Igreja que percebe a necessidade de perpetuar os ensinos bíblicos e das regras morais cristãs sendo que nada melhor, do que começar na mais tenra idade, época em que segundo eles, estariam estas crianças mais flexíveis e dóceis ao ensino.
As crianças são separadas do convívio dos adultos no que diz respeito ao momento do ensino e colocadas em “clausuras” para que a escolarização possa acontecer, sob a tutela de um corpo de especialistas que inicialmente utilizavam doutrinas drásticas de dominação dos corpos para que a aprendizagem do corpo facilitasse a capacidade de compreensão dos valores e princípios ensinados.
Aos poucos métodos mais humanistas passam a dar lugar às intervenções mais drásticas também iniciando a organização dos tempos de estudos e programas de estudos.
Partindo deste primeiro relato podemos perceber que vivemos na pós-modernidade com ares de idade média uma vez que encontramos ideias medievais ainda hoje. Neste confronto de metodologias e modelos pedagógicos, penso que estamos por vezes nos esquecendo de que nossa profissão de professores requer uma busca incessante de modelos e ações que tenham como maiores beneficiários os alunos e o fruto das interações que são desenvolvidas.
A cena proposta na interdisciplina me remeteu a minha escola e o quanto são necessárias ações de avaliação das próprias ações pedagógicas. Na minha escola da vida real, em uma reunião de professores fui convidada a falar sobre a minha prática, e a forma como conduzi o projeto de pesquisa apresentado na feira de ciências do ano anterior.
Minha escola é bastante inovadora na cidade, em muitos aspectos e como diz seu PPP, caminha em busca de ações interacionistas e visando o desenvolvimento coletivo de modo democrático em que os alunos sejam os protagonistas havendo uma parceria com os professores, seus mediadores. Porém na prática (mesmo acreditando que teoria e prática não devam se separar), observava que em meio a essa proposta inovadora da escola existiam muitos colegas que tem outras metodologias e visões diferentes do que se sonha como escola. Durante o meu relato alguns professores se posicionavam sobre o quão difícil seria fazer um trabalho numa linha mais interacionista deixando que o aluno fosse o protagonista de sua própria aprendizagem.
Minha escola está inserida em uma linha da pedagogia libertária que visa à transformação da personalidade do aluno e de seus pares nos mais variados níveis escolares.
Segundo Paulo Freire, a partir do diálogo enfatiza-se a reflexão, a investigação crítica, a análise, a interpretação e a reorganização do conhecimento. Assim como vi na minha escola quanto nos fatos propostos para este trabalho, o professor tem um papel político decisivo para fazer ou não que as propostas ideias pensadas para a escola do nosso tempo possam romper com as ideias iniciais que se tinha para escola em meados dos séculos XVI e XVII.
Tanto na reunião desta escola fictícia quanto durante a apresentação da minha prática em minha escola, percebemos personagens que nos chamam a atenção:
Professora Orquídea e Professor Cravo e Diretor Antúrio com a visão de que o ensino depende dos seus esforços e que para um tipo de clientela o seu plano seria mais bem desenvolvido de acordo com o nível social dos seus alunos. Este modelo pedagógico mais diretivo e permeado a epistemologia empírica, crê que o aluno é uma tábula rasa e que o professor é o único detentor do saber. O aluno assim neste contexto só aprenderá se o professor lhe ensinar.
Na fala da professora Rosa, observamos um modelo pedagógico não diretivo e apriorista em que o aluno traz o saber e o professor intervém o mínimo possível (laissez-faire) O professor acredita que o aluno aprende por si mesmo.
Numa pedagogia relacional/construtivista, a aprendizagem decorre da interação dos pares assim como procura praticar a Professora Rosa que discute os assuntos com os seus alunos, interagem com eles e deixa que deem vasão a sua criatividade oportunizando espaço para desenvolvimento do protagonismo.
Com estes exemplos da vida real e da ficção podemos avaliar que a escola é um espaço do aprender e isso diz respeito a todos começando pelos professores que a partir de suas reflexões podem atender as necessidades de seus educandos de modo mais atual, moderno, crítico e sendo assim agentes de transformação do nosso tempo.









REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

VARELA, Júlia et al. A maquiaria escolar. Teoria e Educação, São Paulo, n.6, p. 68-96, 1992.
TOSTO, Rosanei. Escolas democráticas Utopia ou Realidade. Revista Pandora Brasil, ISSN 2175-3318.
MACEDO, Lino de. O construtivismo e sua função educacional. Educação e Realidade, Porto Alegre, p.25-31, 01 jun. 1993(18).
BECKER, Fernando. Modelos Pedagógicos e modelos epistemológicos. Educação e Realidade, Porto Alegre, p. 89-96




Minha memórias de leituras


A leitura nunca foi uma memória viva em mim de meu tempo de criança, me recordo da minha atração pelos livros, em especial nas feiras do livro de minha escola, porém, minha família não tinha condições de fazer aquisições de leitura.
Eu tinha o hábito de ler através das orientações dos professores e tenho uma lembrança especial pela série vagalume em especial o livro Sozinho no mundo de Marcos Rey. Fizemos um teatro na aula de português como fechamento da leitura.
Ao chegar a vida adulta meu interesse pela leitura aumentou uma vez que dependia de mim mesma financeiramente para esta aquisição.
Meu interesse ficou focado por livros religiosos e que ficavam em torno do tema de liderança.
Atualmente leio livros mais voltados a área da educação e também muitos textos em função da demanda do curso de Pedagogia.

Espaços escolares e seu papel ao longo dos anos.



         Os espaços escolares refletem politicamente a sociedade em que estão inseridas e historicamente apresentam as correntes teóricas e suas intencionalidades políticas.
O processo de desenvolvimento industrial começou no fim do século XVIII e início do século XIX, a partir daí houve a necessidade de buscar maneiras de melhor controlar os gastos, a produtividade, o trabalhador e o retorno financeiro.
Diante disso, no decorrer do tempo surgiram diversos tipos de modelos e sistemas de produção industrial, um tipo sempre superava o outro de acordo com o momento histórico e suas respectivas necessidades e esses modelos foram perpassados aos mais variados níveis sociais entre eles, a educação.
Alunos desde a época industrial são tratados nestes modelos de formação de massa em que entram únicos e saem por sua vez, padronizados pelos espaços educativos pelos quais foram formados.
Existe o controlador e os comandados; nesta escolha política, intencional e que, infelizmente vemos até os dias de hoje percebemos que os prejudicados são as crianças e a sociedade de um modo geral que não consegue romper com estes padrões hierárquicos.
Além do mais no que diz respeito às organizações pedagógicas esta ideia de compartimentalização dos saberes, controle dos corpos e a não participação dos processos por parte dos alunos, promove uma escola antidemocrática e que não favorece o desenvolvimento global dos alunos.