Pensar a escola atual
requer voltar um pouco no tempo histórico e compreender a forma e as
finalidades para a qual fora destinada. Como base teórica para o trabalho
realizamos as leituras dos textos "A maquinaria escolar" e
"(Des)encantos da modernidade pedagógica" que de modo bastante denso
e detalhado nos remeteu aos meados dos séculos XVI a XX tempo este que foi da
concepção da ideia de criança até a constituição de escolas públicas no Brasil
república.
O texto Maquinarias
nos mostra que a partir do século XVI se configuraram, mediante a realidade
social, novas concepções a respeito da infância e suas nuances assim como, se
instituíram as funções sociais escolares com perspectivas diferentes para
meninos e meninas de diferentes status sociais.
Os tipos de infâncias
eram produzidas a partir do tipo de educação dadas, a infância elitizada também
possuía um ensino privilegiado conservando valores, privilégios e perpetuação
do “status quo”.
As crianças “menos
favorecidas” por sua vez eram civilizadas e preparadas para serem e terem
corpos e mentes doutrinados a servirem e se encaixarem na sociedade através do
trabalho.
No texto Desencantos
percebemos que com o advento da República e num espírito de renovação e
crescimento social, escolar e demográfico as funções sociais da escola se
mantiveram os mesmos nos quesitos de cuidados com a saúde, higiene e preparação
para a sociedade. Mantém-se inicialmente a visão segregada de formação para pobre,
negros e marginalizados de um modo geral que eram atendidos em casas escolas.
A escola primária
revelava não só os problemas urbanos como também a tensão entre os poderes
públicos e privados que se dava mediante a formação do próprio Estado, e das
extensões dos serviços que prestaria a sociedade.
Gradativamente as
escolas passam do vínculo familiar, doméstico, religioso e do campo passando a
serem integrados a redes escolares mantidas pelos Governos Municipais.
Essas mudanças foram
para além de uma concepção de educação Ideal e passou pelo a exigir mudanças
estruturais, mais prédios, material didático, etc almejando nos meados dos anos
10 a 30 um espírito moderno de educação.
Um aspecto que há em
comum nos dois textos é a questão do cuidado com a higiene, sendo que fora
nomeado nestas mesmas décadas citadas acima pelotões de saúde responsáveis por
manter a vigilância sanitária escolar e adotando medidas de controle de saúde
para as crianças e a extensão de seus lares.
Percebe-se que muitos
fatores desta construção da identidade escolar se evidenciam ainda, nos dias de
hoje com a influência do Estado através de programas educacionais e sociais que
vinculam a permanência na escola e a adesão de um acompanhamento de saúde como
parte destes programas.