domingo, 29 de novembro de 2015

A construção das nossas memórias!!



Estamos nos encaminhando para o final deste segundo trimestre e refletindo sobre o mesmo recordei que no início do semestre, na Interdisciplina de Escolarização, Espaço e Tempo na Perspectiva Histórica, tivemos a oportunidade de resgatarmos a nossa memória em relação a nossa escolha profissional.
Encerrando este semestre e avaliando a bagagem recebida até agora vemos que em tudo há memória.
A história da educação nos mostra as concepções educacionais desde a institucionalização da escola como espaço de formação e vemos o quanto estas memórias iniciais nos afetam até hoje.
O corpo da criança também armazena as suas memórias vividas na sua psiqué através do Id que vai armazenando os desejos e memórias mais secretas dos indivíduos.
Ser professor é saber perceber-se como sujeito histórico em constante mudanças e transmissão de valores pois, as nossas vivências e valores nos constituem quem somos, no tem e no espaço em que estamos, refletindo integralmente em nossa prática pedagógica.
Encerro esta reflexão com meu vídeo inicial relatando as minhas memórias, certa de que outras coisas mais poderiam ter sido e serão acrescentadas ao longo de minha história.

https://youtu.be/72sm_dassms

A importância do brincar na escola!




O brincar emana na natureza humana em especial na fase mais intensa e plena que é a infância.
Ao brincar a criança vive quem ela realmente é e percebe-se que sua subjetividade se torna materializada no brincar, pois o seu inconsciente vem à tona no ato da representação e da imaginação.
O corpo se encontra com a psique e ela está ali inteira!

Na minha infância me recordo que fora muito livre uma vez que a rua, o bairro e arredores eram nosso cenário. Podíamos nos perder no tempo pelas ruas e nas árvores subir para nos escondermos.
Sabíamos que a brincadeira estava no fim quando ao escurecer minha mãe subia no terraço de casa e gritava pelo meu nome!
Enfim minha infância foi muito plena, havia muita criatividade ao produzirmos os nossos próprios brinquedos e inventar as brincadeiras que diferentemente de hoje em dia eram menos estereotipadas, não se referiam muito a personagens Disney.

Havia uma praça e nela árvores, um cano de pedra no qual subíamos e também dentro dele pensávamos a próxima brincadeira. Esta mesma praça hoje mostra um pouco da nossa realidade: as famílias tem menos filhos e esses filhos nunca vão para a rua e esta praça já não recebe visitantes porque também nela já não encontramos mais brinquedos e muito menos o tal túnel de pedra.

Eu pensamos que éramos mais imaginativos...e também percebo que atualmente as escolas estão percorrendo o caminho de volta e procurando reencontrar o brincar para esta nova infância que se apresenta.


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Tarja Branca



Ainda não tinha assistido a este belíssimo documentário mas de certa forma me senti realizada e confortada ao vê-lo.
Estudar sobre Freud me fez (re)pensar a vida adulta a partir da seriedade em que vivemos e o quanto nos abandonamos ao longo de nossas vidas em favor da entrada na vida adulta.


Fiquei encantanda com as falas observadas no documentário sendo que as mais marcantes são:

  • Brincar é a linguagem do corpo com a psiqué, onde ela está ali, inteira numa unidade psíquica e essa unidade é o que o homem leva a vida  inteira.
  • Cada brinquedo é um gesto de expansão da consciência;
  • A criança, enquanto brinca, vive completamente no mundo do inconsciente. Este momento do brincar é importantíssimo para a elaboração do seu próprio sujeito ( que ainda está em construção);
O tempo de brincar ao meu ver deve ser um privilégio que as escolas deveriam oportunizar nos mais diferentes níveis escolares.
Os sujeitos autônomos e capazes de transformar e serem a mudança social formam-se nas brincadeiras de rua, nas praças ao soltarmos pipa, nas amarelinhas e nas brincadeiras de roda.
Um sujeito brincante e feliz será, muito possivelmente um adulto transformador e feliz.

domingo, 8 de novembro de 2015

Maquinaria escolar

Pensar  a escola atual requer voltar um pouco no tempo e compreender a forma como a sua finalidade fora inicialmente projetada.
No texto "A Maquinaria escolar"de Julia Varela e Fernando Alvarez os autores afirmam que " a escola nem sempre existiu; daí a necessidade de determinar suas condições históricas de existência no interior de nossa formação social.
A partir do século XVI se configuram , mediante a realidade social, novas concepções a respeito da infância suas nuances assim como, se institui as funções sociais escolares com perspectivas diversas para meninos e meninas  de classes sociais diferentes.
Os tipos de infâncias eram produzidas a partir deste tipo de educação dada a cada camada social.
A infância elitizada também possuía um ensino privilegiado conservando valores, privilégios e perpetuação do "status quo".
As crianças menos favorecidas por sua vez eram civilizadas e preparadas para serem corpos e mentes doutrinados a servirem e se encaixarem socialmente através do trabalho.
Gradativamente Igreja-Escola-Estado vão se reconfigurando no sentido de duas atribuições.

Emília Ferreiro e a alfabetização


A ideia de ambientes alfabetizadores tinha pra mim outro sentido , e através da Interdisciplina Fundamentos da Alfabetização, e os textos nela estudados, vieram a melhor me esclarecer. Muito mais do que palavras e listas de coisas espalhados pela sala o ambiente deve propiciar a interação e a vontade do aluno em conhecer e ampliar os seus conhecimentos.
Investigar a pré-história da escrita do aluno nos faz perceber que ele já possuía
uma forma de expressão que não era a da linguagem convencional mas era já uma forma de expressão.
A partir de textos e reflexões a partir de Emília Ferreiro, observei algo muito importante para mim que atuo na periferia: é a questão que alunos ricos e pobres são igualmente inteligentes e capazes porém eles dominam conhecimentos diferentes. Entender este conceito nos possibilita compreender melhor e não subjugar as culturas diferentes.